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27 de Abril de 2024
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    Tribunal vai comemorar o centenário de nascimento do ministro Abelardo Jurema no dia 8 de abril

    há 10 anos

    O ministro Abelardo Jurema de Araújo será homenageado no seu centenário, pelo Tribunal de Justiça da Paraíba, através da Comissão de Cultura e Memória do Poder Judiciário. A sessão solene ocorrerá no dia 8 de abril, ás 17h, no Tribunal Pleno.

    Na solenidade promovida pelo TJPB, caberá ao advogado Abelardo Jurema Neto, procurador geral da Assembleia Legislativa, falar em nome da família Jurema – um nome muito respeitado nos meios forenses Ele é filho de Oswaldo e Zélia Jurema.

    “Todos nós da família Jurema ficamos muito sensibilizados com essa homenagem que lhe presta o Poder Judiciário da Paraíba, que tem na doutora Fátima Bezerra Cavalcanti uma comandante serena e segura, uma magistrada que sabe julgar não apenas os processos que lhe chegam às mãos, mas, sobretudo, o gênero humano, valorizando os vultos históricos que contribuíram com o desenvolvimento da Paraíba, com a nossa história e as nossas conquistas”, disse o jornalista Abelardo Jurema, filho do homenageado.

    Pra Jurema Filho, a decisão do Tribunal de Justiça de incluir o centenário do ministro Abelardo Jurema em suas comemorações é de suma importância, comove muito a família, “sobretudo porque parte de uma instituição que tem o respeito dos paraibanos e que está inserida no contexto do homenageado que foi titular do Ministério da Justiça, considerada a pasta mais importante do Ministério daquela época”.

    Abelardo Jurema de Araújo ocupou a pasta do Ministério da Justiça de 1962 a 1964, tendo tido papel determinante no Governo do presidente João Goulart. A sua ação mais importante, entre tantas que realizou em favor do Brasil e do povo brasileiro, foi a criação do Comissariado de Defesa do Consumidor - o Codep - órgão fiscalizador dos preços dos gêneros alimentícios, que pode ser considerado o pai do atual Procon.

    ”Foi dele também a Lei que determinou o tabelamento dos aluguéis para acabar com a especulação imobiliária. E também, quando deputado federal, foi autor do projeto que federalizou a Universidade Federal da Paraíba”, lembrou Jurema Filho.

    Na política, Abelardo Jurema foi suplente do senador Rui Carneiro tendo assumido a titularidade do mandato com apenas 40 anos, por um período de 120 dias. Vale salientar que naquela época o suplente também era votado, o que não acontece hoje. Em 1958 ele conquistou o seu primeiro mandato de deputado federal, tendo sido líder do Governo JK e liderou no Congresso Nacional o Movimento Mudancista que previa a mudança da Capital Federal para Brasília. Foi reeleito em 1960 quando liderou a Oposição ao presidente Jânio Quadros. Após a renúncia e a ascensão de João Goulart, foi nomeado Ministro da Justiça. “Afora isso, meu pai foi prefeito de Itabaiana e de João Pessoa , além de ter ocupado diversas funções públicas de relevo na Paraíba e no Brasil”, acrescentou.

    O ministro Abelardo Jurema de Araújo é autor de “Sexta-feira 13 – Os últimos dias do presidente Governo Goulart”, pela Editora O Cruzeiro. Este livro chegou a oito edições e é considerado pelos brasilianistas como o mais importante documento sobre o Golpe de 1964; “Exílio”, com selo Acauã, que também obteve grande sucesso. “Entre os Andes e a Revolução”, memórias do exílio, que saiu pela editora O Cruzeiro; “Juscelino & Jango – PTB & PSB” , também pela editora O Cruzeiros e “Presença da Paraíba no Brasil”, editado pela Universidade Federal da Paraíba.

    O pai do jornalista Abelardo Jurema esteve exilado em Lima, no Peru, durante quatro anos. Chegou lá em maio de 1964, junto com outros 11 exilados brasileiros. Lá escreveu livros, trabalhou na importação e distribuição de charutos brasileiros da marca Suerdick e também dirigiu uma fábrica de Farinha de Peixe que exportava o produto para a Europa.

    “Ter o nome do meu pai sempre representou para mim uma grande responsabilidade que foi crescendo na medida do meu amadurecimento. Foi a partir da embaixada do Peru, onde ele esteve asilado por 50 dias antes de embarcar para Lima, que eu percebi a dimensão daquele homem extraordinário, que saiu de Itabaiana para ocupar os mais altos cargos da República. Ter o nome dele sempre foi o meu maior patrimônio que procurei honrar e dignificar ao tempo em que construía minha própria historia”, analisa.

    “A melhor definição do meu pai quem deu foi o jornalista Sebastião Nery e está escrita numa placa em seu túmulo no cemitério de Itabaiana: "No Poder, sem querer ser mais do que um homem. No exílio, sem tolerar ser um centímetro menos do que um homem".

    Na Paraíba e no Brasil ele exerceu diversas funções. Foi diretor do Ipase – o INSS daquela época – , representou o Brasil na Organização das Nações Unidas, foi diretor do BNDES e do Instituto do Açúcar e do Álcool e membro do Conselho Nacional de Política Penitenciária. “Aqui na Paraíba, além das já citadas, foi diretor da Rádio Tabajara, Secretário de Educação e Secretário do Interior, Justiça e Segurança Pública”, lembrou o filho.

    Por Kubitscheck Pinheiro

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